Possivelmente não houve uma moça mais sem graça e insegura do que Luísa. Sempre havia algumas alunas assim, mas não como Luísa, feiosa e magricela. Provinha de uma cidade do interior. Era socialmente desajustada.
Ficava a espreitar na janela do dormitório para ver quando a conselheira da faculdade chegaria, e, três minutos depois, estava em seu gabinete. Precisava de atenção da parte da conselheira, mas o fato chegou a um ponto que deixou de ser salutar. Afinal disse-lhe a conselheira:
“Sabe de uma coisa, Luísa? Sou sua amiga e sempre o serei, mas não sou sua vida. Se você se tornar muito dependente de mim, e fizer tudo girar em torno de mim, sua personalidade acabará ficando deformada e problemática”.
Luísa chorou muito e ficou muitíssimo zangada. Não sabia que a postura da conselheira era para o seu próprio bem.
Luísa é o tipo de pessoa que sabe servir, prestativa igual não havia entre as colegas. Cozinhava bem, costura bem, fazia até vestidos de gala. Toda semana, ela escrevia alguns fatos em seu diário, a conselheira lia e fazia pequenos comentários nas margens. Pouco a pouco, Luísa começou a desabrochar. A conselheira, por amor, passou a empurrá-la para as outras pessoas.
No andar do seu dormitório, ela fazia todos os trabalhinhos que ninguém queria. Arrumava a pequenina cozinha, quando as outras deixavam ali vasilhas sujas. Fazia a bainha dos vestidos de outras moças, e sabia remodelar qualquer coisa que lhe trouxessem. Ela fazia biscoitos e trabalhava como arrumadeira para pessoas que moravam nas proximidades da faculdade. Com pequenos atos, ela demonstrava seu amor por essas pessoas, e elas também começaram a aprender a amá-la. Era o tipo de moça que fazia o melhor naquilo que estava ao seu alcance.
Mas era também o tipo de moça, que aos olhos das demais pessoas, não conseguiria um emprego para dar aulas. Mesmo após o curso de quatro anos na faculdade, Luísa ainda era um “João-ninguém”. Não era notada.
Uma seleção de candidatos a vaga de empregos exige muita postura e qualificação, principalmente na região de Boston.
Mas, quando houve uma oportunidade de emprego, lá estava Luísa esperançosa e desejosa por um salariozinho para as despesas pessoais. Para surpresa de todos que a conheciam, Luísa foi convocada para uma experiência. Ela conseguiu entrar em uma sala de aulas, e no primeiro ano em atividades colocaram-na como supervisora de programa de leitura em sete escolas públicas de Boston.
Ela é simplesmente fantástica. Os alunos do terceiro ano acham-na lindíssima, e realmente ela sabe manejar uma classe. Aquela pequena, feiosa, sem graça, desconhecida e insegura Luísa, de repente desabrochou e passou a adquirir vida própria. E tudo porque resolveu dar o melhor de si em situações que não recebia nenhum reconhecimento.
Todos os jovens sonham com grandiosas realizações neste mundo. Mas quantos estão dispostos a dar o melhor de si na situação de hoje? Não para que no futuro venham a ser um grande diretor de cinema, ou autor de um Best-seller, mas poder se sentirem completos, realizados e felizes.
É preciso dizer:
Hoje vou dar o melhor que posso, mesmo que o meu melhor não seja lá grande coisa. O máximo que posso dar é o melhor de mim.
Hoje vou dar o melhor de minha vida, porque creio firmemente que, no futuro, isso terá valido a pena. (Não foi isso que o Senhor Jesus fez?)
Se somarmos todas as ocasiões em que milhares de jovens deram o seu melhor para a vida, veremos que realmente valeu à pena.
(Ann Kiemel) Extraído do livro “Porque Deus me fez assim?”, de TIM Stafford.
Felicidades.